quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Encontro ‘Mercadante com a Educação’ reúne mais de 1.500 pessoas no Palácio do Trabalhador

Aconteceu no último sábado [7] o encontro temático do candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloísio Mercadante, com profissionais que atuam na área de educação de todo o estado. Mais de 1.500 pessoas participaram do evento no Palácio do Trabalhador [Liberdade], sendo 200 de Guarulhos.

O prof. Moacir de Souza, secretário de Educação e vereador licenciado fez parte da mesa de abertura, formada por Mercadante, pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, Coca Ferraz [PDT], candidato a vice de Mercadante, Edinho Silva, presidente estadual do PT e por Mário Sergio Cortella, professor da PUC – SP, entre outros.

O encontro teve como objetivo a apresentação e discussão de propostas para o programa de governo de Mercadante. À tarde, os participantes se dividiram em oito painéis temáticos, onde tiveram a oportunidade de aprofundar o debate.

O prof. Moacir também fez parte da mesa do Painel IV. Juntamente com Franciso Chagas - Secretário Executivo Adjunto MEC Maria Izabel Noronha - presidente da Apeoesp e Sonia Kruppa - Secretária Municipal de Educação de Suzano, o prof. Moacir falou sobre o ‘Sistema Nacional Articulado e Plano Estadual de Educação’.

Confira os principais trechos da fala de alguns dos participantes:

Mercadante [PT], Candidato a Governador

Este seminário tem um sabor muito especial para mim, pelo nosso projeto político. O futuro está nesta sala, com nossos movimentos estudantis, sempre à frente do seu tempo.

Eu fui receber o prof. Paulo Freire quando ele chegou do exílio. O prof. Paulo Freire deixou muitos discípulos mas, você Mário Sérgio, acho que era o preferido dele.

O Governo Lula vai deixar como legado uma nova atitude na educação.
Lula que nunca teve a chance de freqüentar a universidade fez mais do que quem teve. Lula ganhou vários títulos de Doutor Honoris Causa, porém, nunca foi recebê-los enquanto presidente. Mas, já avisou que vai receber todos depois.

A Educação é a porta do futuro. Vamos usar a riqueza do pré-sal para melhorar a educação. O planejamento estratégico da União Européia cita como prioridade nº 1 a educação voltada para a cidadania.

Educação não é só escola. Temos que fazer o bairro educador, a cidade educadora. Precisamos desenvolver políticas de atendimento às mães grávidas. São novas atitudes voltadas aos pais, com programas de atendimento desde este momento, passando depois para a creche.

A privatização mais cruel foi a da educação.

O pai vai receber o aviso do aluno que faltar pelo celular. Em São Paulo não há evolução no projeto pedagógico. Não se pode tratar professor com borrachada e cacetete.

Um cinema vazio de manhã pode passar filmes para os alunos, é o ensino em tempo integral. Eu começaria com Central do Brasil, pela relação com a escrita.

No Japão a escola pública é para todos. Temos que caminhar para o ensino médio profissionalizante. A universidade tem que ter pesquisa, produzir conhecimento. O número de patentes é baixo. É preciso estimular os pesquisadores, preparar para a sociedade do conhecimento, com laptops e formação digital para os professore e alunos. O computador é a biblioteca do futuro. No portal do Mec tem 100 mil teses.

Quero ser avaliado pelo resultado da nossa escola pública. É um desafio porque só teremos 4 anos. Se as notas forem boas vamos ser aprovados, caso contrário, não. Quem não assumir isso não deve nem ser candidato.

É preciso integrar educação, esporte e cultura, preparar para as olimpíadas em todas as modalidades. A olimpíada vai ser no Rio, mas se eu for governador, quem vai ganhar a medalha é São Paulo.

Aqui o governo está em cima do muro, não cumpre as metas para a Copa de 2014. Até o Distrito Federal, com todos os problemas, está cumprindo. Se não fosse a música o netinho ia continuar vendendo bala.
Ele vai ser o 1º senador negro, depois de 180 anos de República. E a Marta a 1ª mulher senadora por São Paulo.

Edinho Silva – Presidente Estadual do PT

Hoje vamos sair daqui mais preparados para apresentar ao povo paulista um outro modelo de gestão, principalmente na área de educação. Temos a melhor proposta e o melhor candidato para fazer o enfrentamento. Mercadante nos honra com sua história, com sua trajetória. É possível fazer em São Paulo o que o presidente Lula tem feito pelo Brasil.

Prof. Coca Ferraz [PDT], candidato a vice governador

O aluno precisa de um bom professor, um bom projeto pedagógico e instrumentos tecnológicos para acesso à internet. O prof. precisa de bons salários, mas também de ferramentas como laptops, além de formação para aperfeiçoar o conhecimento em universidades públicas e até privadas.

Netinho [PC do B], candidato a senador

É preciso ir além do clichê – alunos que sofrem, professores que só trabalham. Com o ProUni, Ministro Fernando Haddad, o senhor libertou de fato a minha família da escravidão. Minha tia me falou na feijoada lá em casa que meu primo entrou na universidade. Defendo uma escola técnica nas cidades com mais de 50 mil habitantes.

Mário Sérgio Cortella – prof. da PUC

Gostaria de começar citando Guimarães rosa: “é junto dos bão que a gente fica mio”. A situação é diferente agora, tanto o candidato a governador como o vice são professores.

Gostaria de propor três dias do professor para este ano: o 1º no dia 3/10 [primeiro turno], o segundo no dia 15/10 [oficial] e o terceiro no dia 31/10 [segundo turno].

O dia 15/10 foi feito para a sociedade ter pena de gente; já os dias 3 e 31/10 são dias para dizer não ao pedagocídio. No dia 2/11 vamos sepultar os sepultadores.

A Progressão continuada é diferente de promoção automática. Propomos o inédito viável que é diferente de sonho delírio. Sonho é a formação continuada e novas condições de trabalho. É preciso esperança do verbo esperançar, não do verbo esperar

Devemos afastar dois mitos: tudo é possível / nada é possível e delírio/imobilismo. Para isso, bastar olha o que o ministro Fernando Haddad está fazendo no Mec e o que fizemos nas gestões da Erundina e da Marta em São Paulo. O governo do PT permite imaginar e fazer o inédito viável.

Coragem não é ausência de medo. É preciso ter coragem para fazer o enfrentamento. A tragédia não é quando um homem morre, mas aquilo que morre dentro do homem enquanto ele está vivo [Albert Schweitzer]

Fernando Haddad [Ministro da Educação]

Mercadante será, se Deus quiser o futuro governador de São Paulo.
O Brasil é o único país do mundo que tem metas de qualidade na educação. Um dia um repórter me perguntou: como o senhor enfrentou os sindicatos? Respondi: eu não enfrentei, eu me aliei.

O Estado assumiu a gratuidade da formação dos professores. Nós queremos estar cada vez mais próximo dos professores; os professores estão dispostos a ajudar na mudança.

Publicaram 12 editoriais contra a expansão das federais aqui em São Paulo. O DEM tem uma ação judicial para acabar com o ProUni. São Paulo é o estado que tem menos vagas públicas e se posiciona contra a expansão.

Ensino médio público de qualidade é da rede federal. É o paradigma de qualidade. O ensino médio profissional vai mudar a cara do ensino em São Paulo.

É possível fazer a revolução na educação infantil entre os municípios, estados e união. O governo tem que pensar que a rede municipal é parte do seu estado. Hoje São Paulo tem recurso mas não tem prioridade, nem política de estado. Depois do ensino médio o jovem pobre tem que pagar uma espécie de pedágio para ingressar na universidade.

Governamos esta cidade duas vezes e houve inovações importantes. Não precisamos de um gerente e sim de uma liderança como o Mercadante que tem vínculos pessoais com a educação. Defendi o Mercadante que é nosso melhor nome. Temos um belo projeto.

O PAC convive com o PDE. O presidente Lula proibiu a palavra gasto em educação. É investimento.

A maior riqueza é nossa formação política e a consciência do nosso papel. É a 1ª vez que temos a chance de um alinhamento progressista, à esquerda, entre estado e união.

Honramos todas as nossas metas assumidas com a população. Cumprimos tudo que o presidente Lula anunciou. Isso é inédito e precisa ser valorizado.

Prof. Moacir – Secretário de Educação de Guarulhos – Painel IV

Discutir o plano de governo hoje é expressar o que a militância e a sociedade vêm construindo há muito tempo. O PSDB está no governo há 28 anos; desde o governo Montoro que esse grupo político governa o estado de São Paulo.

Ano a ano há uma ação deliberada de desmonte da escola pública e os municípios assumem grande parte das responsabilidades que são do governo do estado. Verbas para merenda e transporte que são insuficientes e os municípios precisam cobrir. Para as FATECs por exemplo, o estado impõe que os municípios paguem o aluguel, segurança e limpeza, além de determinar o local em que devem ser instaladas. O diálogo é substituído pela imposição. Os municípios maiores resolvem melhor os casos mas os menores não recebem ajuda técnica.

O governo do estado não participou da construção da CONAE, esteve presente apenas no fim e de forma arredia. É hora de termos um plano de governo que dê conta destas questões. A educação é um direito de todos e não só o acesso mas a permanência e a qualidade social da educação.

O programa de governo deve determinar a participação do governo do estado no Plano Nacional de Educação. Deve deixar claro o regime de colaboração entre estado e municípios, que tipo de apoio o estado pode oferecer; como faremos o Plano Municipal de Educação garantindo a participação das organizações locais, de baixo para cima, participação democrática de todos os atores envolvidos. Deve determinar as diretrizes para a escola pública de qualidade e discutir sobre custo/aluno e qualidade. Quais são os recursos? Fundeb, Pré-sal , PIB e outras fontes? É preciso definir.

É preciso que haja a democratização da gestão. O projeto político pedagógico deve partir da sala de aula, ouvindo o professor. Temos nas mãos a oportunidade da mudança.

O documento final da CONAE é o nosso documento guia. É preciso em São Paulo, que a educação se adapte à realidade garantindo acesso e permanência. Devemos definir o currículo do projeto político pedagógico, analisar o plano de carreira e a valorização dos professores e promover o acesso à tecnologia na educação e a participação da comunidade na escola.

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